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Coleguismo-nao-e-apenas-nas-atividades-de-trabalho

Coleguismo não é apenas nas atividades de trabalho!

Escrito por Pietro Bordin

Quem nunca precisou da ajuda de um colega de equipe ou contou com a sua participação em uma atividade? Quem nunca dividiu tarefas e conversou sobre suas atribuições e compromissos? Parece óbvio, pois sempre quando ouvimos a palavra coleguismo associamos diretamente a nossas ações no trabalho e com nossos colegas, mas neste artigo eu quero ir mais além das atividades, dos feedbacks e das responsabilidades, e abordar nossas relações humanas no trabalho e como podemos criar um ambiente mais saudável para todos.

Primeiro, precisamos entender nosso papel como pessoas, profissionais e colegas dentro de qualquer instituição ou empresa, pois isso nos auxilia a estabelecer os parâmetros e contextos para cada cenário. O tema das relações de trabalho cada vez mais caminha em direção de qualidade, respeito, confiança e foco mútuo dentro das organizações. Dessa forma, o tema da saúde mental no ambiente de trabalho se torna fundamental, e algo que todos devemos ficar atentos e criar espaços mais abertos à temática. Aqui na DBC, por exemplo, compreendemos este papel desde sempre, o que nos trouxe o reconhecimento do Great Place to Work justamente pelas características citadas acima serem constantemente aprimoradas.

Como trazer mais aspectos de saúde mental no ambiente de trabalho?

Sabemos que trazer o tema de saúde mental na nossa sociedade pode ser um tabu e é compreendido geralmente que isto é “sinal de fraqueza”, “um limitador” ou até mesmo invalidação. Imagina então trazer o tema em um ambiente de trabalho, onde culturalmente temos a tendência a acreditar que é possível separar e desligar nossos problemas cotidianos no trabalho apenas com uma chave ON/OFF. Sinto informar, mas por mais que essa ideia sugira um certo conforto, nossa vida é única e todos os segmentos dela (Família, Trabalho, Social, etc.) ressoam entre si, ou seja, podemos tentar esconder um contratempo no trabalho, mas de alguma forma ele pode aparecer. Fica então a dúvida, como devo agir em situações comigo e com os colegas? Aqui seguem algumas orientações e dicas:

1° Não invalide seus sentimentos ou de colegas. Todos em algum momento passamos por momentos difíceis e devemos exercitar a empatia; ninguém gostaria de ouvir algo que não o ajudasse ou o colocasse em uma situação mais delicada ainda;

2° Como estamos em um ambiente de trabalho, temos níveis diferentes de intimidade com cada sujeito, mas caso seja necessário ou solicitado esteja disposto a ouvir. Não se preocupe, se você for escolhido para ouvir é porque esta pessoa lhe considera muito;

3° Não force a barra, ou queira ser o super-herói que irá resolver ou dar a melhor dica do mundo. Os problemas e questões da pessoa são intimamente delas antes de tudo. Se o colega ou você não quiser falar sobre o que está acontecendo, não force. Apenas diga que está disposto a ouvir;

 Incentive a procurar ajuda especializada de saúde, ou de alguém em que a pessoa confie. Ajude a desmistificar que “é necessário resolver tudo sozinho(a)”; nosso papel no trabalho é motivar e trazer exemplos importantes;

5° Se for algo de extrema urgência, não deixe de comunicar as lideranças e o Gestão de Pessoas (RH);

6° Lembrem-se que os Feedbacks Positivos também são importantes e ajudam a reforçar nossa importância, competência e características marcantes. Ou seja, nos sentimos reconhecidos e mais felizes.
Em todas essas orientações existe algo em comum: oferecer e receber espaços de acolhimento e fortalecimento! Todos ganham em uma equipe quando temos uma relação mais empática e construtiva. Portanto, somos convidados durante todo mês de setembro a trazer essa temática justamente porque 10/09 é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Então, neste Setembro Amarelo, nossa missão é ser um agente de promoção à saúde nas nossas ações e ser uma ponte de apoio para seu colega de trabalho. Conheça a campanha através deste link.

Se você precisa de auxílio ou ajuda, procure um agente de saúde da sua região, como Psicólogos e Psiquiatras, em casos de emergência ligue para o 188 – Centro de Valorização a Vida. Nunca é tarde e existe fim quando podemos ser escutados.

“Os momentos mais fortes de nossas vidas acontecem quando amarramos as pequenas luzinhas criadas pela coragem, pela compaixão e pelo vínculo, e as vemos brilhar na escuridão de nossas batalhas.” – Brené Brown, A coragem de ser imperfeito

Foto de Pietro Bordin

Pietro Bordin

Psicólogo e Analista de Gestão de Pessoas

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